01 janeiro 2014

26º Capítulo – A voz fria ecoou nos seus ouvidos. ✓



Tuesday, 04:16 P.M. Pérola’s Room, Texas
– Pérola, visto que estás melhor. – Demetria baixou-se na altura da menina. − Eu tenho que fazer uma coisa que amanhã te contarei. Está bem?
– Claro, e sei que vais conseguir. – Demetria perguntou-se “Como é que ela sabia?” Demetria foi até casa, que por sorte teve apenas dez longos minutos de transito.
– Então? O namoro foi bom? Quatro dias dão para fazerem imensas coisas. – Joseph encarava a embalagem de iogurte enquanto saturava Demetria. – Tu sabes…
– Não julgues antes de saber… − Demetria controlou-se e subiu as escadas. Pegou no seu desenho e virou-lhe costas, deixou-o novamente sozinho.
Tuesday, 05:36 P.M. Divine Art Company, Texas
Recepcionista – Demetria Devonne Lovato? Demetria? – A recepcionista da empresa falou num tom delicado e com excelente dicção.
– Aqui! – Demetria acenou nervosamente à recepcionista morena. Esta envergava um vestido vermelho colado ao corpo, uns Peep Toes pretos de quinze centímetros. Demetria sentiu-se intimidada pela sua sensualidade. Quem a olha-se diria que era uma pessoa séria e antipática, mas o tom da sua voz era doce e calmo, mas quem sabe se escondia algo?
– Bom tarde Demetria! – Ela sorriu e cumprimentou-a com dois beijos na bochecha, ignorando completamente a sua mão. − Eu sou Jéssica, e como pode reparar, sou recepcionista da empresa, estou cá á dez longos anos. E como deve saber, trabalho para uma caça-talentos chata e antipática. – Ela riu enquanto “difamava” a dona da empresa. − O nome de é Jennifer Walker.
Depois de Demetria ouvir o nome da suposta patroa, decidiu que estava na hora de enfrentar a “fera”. Estava indecisa, seria melhor seguir em frente? Sim, quem sabe se esta não era a escolha da sua vida? Era agora ou nunca, bateu na grande porta, que tinha uma placa com o nome Jennifer Walker.
– Pode entrar! – A voz fria ecoou nos seus ouvidos.
– Bom dia, eu sou a Dem… Demetria! Prazer! – O seu nervosismo atrapalhou tudo. Estendeu a mão, ela ignorou a sua mão e mandou-a sentar.
– Bom, Demetria. Você costuma desenhar algumas coisas, certo? – Apenas concordou receosa. – Uma menina de desassete anos, estudante que venceu o concurso feito pelo professor de teatro. – Falava enquanto analisava uns papéis. – Tem algo que me comprove o seu talento?
– Sim, tenho desenhos de alguns dos meus ídolos e uma coleção amadora. – Ela pegou nos desenhos e começou a folheá-los.
– Desculpe, isso não é uma coleção amadora, isso é uma coleção muito profissional! – Ela saltou da cadeira, ainda não acreditando no que via. − Você está contratadíssima. – Ela agora, sim, queria um aperto de mãos.
– Quando posso começar?
– Podia ser já hoje. – Ela deu um grande sorriso.
– Por favor chame-me Demi. – Ela assentiu.
– E se começássemos por conhecer o edifício? – Demetria ficou em êxtase com a ideia. O edifício era grande, mas acolhedor. Tinha inúmeras salas, todas pintadas em diferentes tonalidades.
Tuesday, 06:28 P.M. Divine Art Company, Texas
– É tudo por hoje, Demi. Amanhã podias aparecer por cá às seis horas?
– Mais ou menos… Eu faço voluntariado no Orfanato. – Jennifer olhou-a espantada.
– Orfanato? Hum, então fazes ações solidárias? Que bom, não abdicarás disso. Bom, eu vou indo para a minha sala. Até à amanhã. Ah, e só mais uma coisa, trata-me por tu. – Jennifer piscou-lhe o olho. Demetria sorriu em resposta.
– Então, Demetria? Como foi enfrentar a “fera”? – Jéssica parecia uma adolescente, daquelas que desfazia a cabeça só para saber como foi o encontro da melhor amiga. – Lá que vocês demoraram, demoraram.
– Trate-me por Demi, e bom, ela aceitou-me e foi simpática.
– Eu sabia que aquela cobra não te iria aceitar… Espera, ela aceitou-te e foi simpática? – Fez uma careta, por momentos pensou que Jéssica fosse uma adolescente de dezassete anos no corpo de mulher de trinta e cinco anos.
– Sim, Jéssica. – Demetria tratava-a por tu depois de Jennifer a olhar com cara de ofendida depois de “Trate-me…”. − Desculpa-me, mas renho que ir. – Jéssica compreendeu e acenou-lhe um adeus.
Tuesday, 06:38 P.M. Lovato & Jonas’s House, Texas
O telemóvel/celular começou a tocar freneticamente uma música com história longa para ela. Quem lhe ligaria às seis horas e pouco de uma terça-feira?

– Estou sim? Quem fala?
– Demi! – Demetria reconheceu a voz infantil e doce do outro lado da linha. − Sou eu, a Pérola!
– Pérola? Como conseguiste um telemóvel/celular?
− A D.ª Nina, ela emprestou-mo. E tu conseguiste o que querias?
− Sim, consegui. Vou começar a trabalhar amanhã a partir das seis horas. Mas antes vou ficar contigo.
– Eu sabia que tu eras talentosa o suficiente.
– Obrigada Pérola. – Demetria admirava-a, admirava pelas suas palavras. − Amanhã eu vou levar uma pessoa comigo para brincar contigo, pode ser?
– Claro, mas quem vai brincar comigo? – Pérola gostava imenso de brincar mesmo sem nunca ter tido muitos amigos.
– A minha irmã. Ela tem dez anos e chama-se Madison. Vais gostar dela. – Demetria pode ouvir os gritinhos de euforia.
− Mal espero pelo dia de amanhã! Adeus, Demi! Tenho que desligar.
– Já? Está bem. Adeus, minha linda, e até amanhã. − Demetria desligou o telemóvel/celular enquanto tentava fechar cuidadosamente a porta.
– São horas de chegar a casa?

Continue…
Agora sim consegui actualizar o cap. Da fic.

Bjs.

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