– Um violão para uma menina de seis anos? Vejo que temos talento. –
Demetria piscou-lhe o olho fazendo-a sorrir.
– Eu gostaria de aprender. Mas se tocares para mim eu conto-te a minha
história, contrato aprovado?
– Sim, senhorita Pérola. – Demetria tocou a introdução de
uma música que ela mesma compôs, mas que ninguém ouviu, e depois cantou os
primeiros versos, terminou e refez o mesmo com a música seguinte. Não pôde evitar duas lágrimas finas lágrimas
rolarem pela sua face nua de maquiagem e pálida pelo clima mais fresco que se
fazia sentir naquele dia.
– O que se passou Demi? Estás
bem? – Pérola prontamente
limpou as suas lágrimas.
− Estou bem, eu pretendo contar-te a minha história mais tarde,
quem sabe daqui uma semana eu não conto? – Demetria abraçou Pérola. − Agora conta-me a tua história.
− Tudo bem, contaram-me que quando fui abandonada, tinha ao meu
lado este violão. No bilhete, que minha mãe deixou juntamente comigo, dizia que
ela iria morrer por conta do cancro e que o violão era a maneira como ela me
acalmava.
– Bom, é uma história realmente
curiosa. Mas porquê o lenço?
− Eu tenho leucemia, por isso, eu isolo-me neste quarto sozinha. – Pérola mudou o tom de voz e o
brilho dos olhos diminuíra.
– Leucemia? – A garganta de Demetria secara. − Por
isso não deixas ninguém aproximar-se de ti?
– Sim, todos se aproximam com
pena e apenas para me darem regras, que eu já decorei faz anos. Foste a única
que me fez sorrir.
– Estou a sentir-me honrada,
minha linda. Mas agora vais ter que descansar um bocado, sim?
– Claro, ajudas-me? – Pérola abanou a cabeça. Demetria
pegou no seu pijama que estava numa cadeira perto da cama, vestiu-a delicadamente
e Pérola perguntou:
– Demi, podes dormir um pouco
comigo? – Pérola aconchegou-se
nos seus lençóis.
– Claro. – Demetria não via qual era o problema. − Mas se acordares e eu não estiver aqui não te preocupes, eu
volto amanhã à mesma hora, combinado? −
Demetria deitou-se ao seu lado, Pérola apertou a sua mão, a sua mão ferida.
– Porque tens cortes na mão?
− Foi um acidente, nada de mais. Vamos dormir? − Pérola acenou positivamente com a
cabeça.
Wednesday, 07:58 A.M. De La Garza’s House, Texas
− Demi? Demi! Acorda Demetria! – Dianna balançou bruscamente a filha. − Selena já está aqui, porque ainda não tinhas aparecido na
escola.
– Já vou, mãe. – Demetria ergueu o seu corpo mole e
dolorido. – Já me vou vestir,
pode ser? − Demetria escolheu a
primeira coisa que viu à sua frente, desceu as escadas de encontro a Selena que
se encontrava no portão de casa.
– Olá Sel, tudo bem?
– Meu, a sério! Eu liguei-te que
nem uma desvairada, fui-te procurar na escola toda, vim a tua casa e a rua mãe
disse quem sabia se tinhas dormido em casa. Já estamos atrasadas! – Selena imensamente rápido.
– Eu conto-te no caminho. Primeiro,
tenha calma, Sr.ª Stressadinha. Eu fui ao orfanato e adormeci lá.
– Ufa. Menos mal, pensei que
tinha rolado algo quanto ao seu “casamento”.
– Selena olhou Demetria com um olhar malicioso.
– Claro, e entre ti e o Nick? – Demetria fez o favor de provocar
Selena.
– Antes tivesse havido algo, mas
isso parece impossível. –
Selena suspirou.
– Quem sabe? – Demetria entrou na
escola
– O que é que sabes que eu não
sei? – Selena alegrou-se ao pensar que ela sabia de algo mais.
– Eu é que sei? Quem sabe se não
existe?
– Ok. – Selena falou num tom mais
calmo de contido. − Eu vou ao bar
e tu podes ir andando.
– Claro, eu vou andando para
perto da sala. – Demetria saiu. Demetria pôde avistar Trace falar com Miley, a
menina que conhecera no dia anterior no Orfanato.
− Já a trair a minha irmã? – Demetria aproximou-se sorrateiramente de Trace. − Eu sei que ela é insuportável, mas
ela não merece isto.
− Bom dia, também para ti, Demetria. Esta é a minha meia-irmã, aquela
de que te falava.
– A sério? Tu e a Miley, tu e a
Miley? São irmãos? – Demetria não
queria crer, eles eram completamente
destintos.
– Então vocês já se conhecem.
– Sim, ontem no Orfanato, quando
fui deixar a mãe. Nós acabámo-nos por conhecer, ou melhor, nos esbarrar.
– Quer dizer que as minhas
maninhas já se conhecem. –
Trace colocou cada um dos seus braços à volta do pescoço de Demetria e Miley.
– Trace, para de engraxar. – Miley e Demetria olharam-no.
– Ok, minhas amigas. E a cabeçuda
da Sel?
– Olha a língua, Trace. A Sel
tinha ido ao bar comprar sei lá o quê. –
Selena apareceu ao fundo a falar com o professor Finn, foram-se aproximando de
Demetria, Trace e Miley.
– Bom dia alunos, tudo apostos
para a apresentação amanhã? E acerca do Trace, Selena e Nick já está tudo
pronto.
– A apresentação é amanhã? – Demetria não conseguiu disfarçar a sua surpresa.
– Não te lembras? É amanhã, sim,
não te esqueceste ou esqueceste? −
Demetria apenas fez sentido positivo com a cabeça.
– Então, boa merda1. – Prof. Finn encolheu os ombros e
ofereceu um sorriso encorajador.
– Obrigada, Professor…? - Demetria
ficou pensativa.
– Demi, poderias dizer-nos o que
estás a tentar fazer?
– Concordo com a cabeçuda, já está na hora de desenrolar a fita. –
Selena fuzilou Trace com os olhos.
– Não! Deixem de ser curiosos. – Demetria cruzou os braços. No
momento que Demetria terminou de falar, Selena saltou para Trace, o apelido
dado por ela não seria o melhor de todos.
Continue …
1boa merda − Utilizada por artistas de teatro
para desejar boa sorte.
kkkkk só rindo com a Sel... perfeito , com certeza! Posta logo!!
ResponderExcluirObrigada Peeh, ainda bem que se está a rir.
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