– Eu pensei ir até ao jardim. Que te parece? – Demetria expressou
uma careta, rezava para que Pérola concordasse.
– Mas vão todos fugir. Eles não gostam de mim.
– Estás comigo, não estás? Então, vamos enfrentar os que estão lá fora
juntas. − Pérola acenou um tímido sim. Pérola agarrou a mão de Demetria,
atravessaram o corredor que estava um pouco vazio, por conta de quase todos
estarem no jardim a brincar.
– Preparada? − Demetria parou em frente à grande
porta que dava acesso ao enorme jardim.
− Talvez, mas contigo ao meu lado, eu digo sim. – Pérola agarrava fortemente a mão de
Demetria, beijou o topo da sua testa para diminuir a sua ansiedade. Demetria
empurrou a grande porta, muita gente olhou curiosamente para as duas, mas
rapidamente voltaram para as suas vidas.
– Afinal não foi assim tão mau, aceitas
deitares-te na relva?
− Isso é a sério? O meu sonho sempre foi poder pisar a relva. – Pérola pinchou de contentamento.
– Sonho realizado. – Demetria sorriu, Pérola correu até à relva e
sentou-se nela. Podia ver-se nitidamente o sorriso estampado na cara da menina.
Demetria e Pérola brincaram e observaram coisas que nenhuma das duas tinha tido
curiosidade de ver, não podiam estar mais
alegres.
Wednesday, 08:03 P.M. Orphanage, Texas
− Pérola, eu não vou poder estar tanto tempo como ontem, não ficas
triste, pois não? – Demetria
vestia o pijama em Pérola.
− Não, porque que sei que precisas de ir e, também, sei que não me
vais abandonar.
– Obrigada, Pérola. Dorme bem. Eu
volto amanhã. – Demetria beijou a testa da menina e mandou-lhe um beijo para o
ar enquanto fechava a porta do quarto.
Thursday, 06:40 A.M. De La Garza’s House,
Texas
O despertador tinha acabado de
tocar, para desespero de Demetria. Demetria tinha rezado toda a noite para que aquele
dia não chegasse. Demetria fez todo o seu processo de higiene e desceu até à
sala onde Dallas e Madison também estavam.
– Olá, Dallas. Não deverias já
estar na escola?
– Estou à espera que a mãe termine
uma coisa no escritório. – Dallas disse com uma certa tristeza no rosto, mas
sorriu de canto.
– Ok, vou andando. Diz à mãe que
eu e a Maddie já fomos, não é Maddie? –
Demetria pousou a sua mão no ombro da irmã.
– Claro! Adeus Dallas. – Dallas acenou
um “adeus” com a sua mão.
Thursday, 07:15 A.M. Lovato’s Car, Texas
– O que se passou com a mãe e a
Dallas? – Demetria perguntou enquanto arrancava.
− Vá se lá saber. Só sei que andam a tramar algo. E a tua obra do
Shakespeare?
– Como assim? Eu não te contei
nada.
– Eu, ontem, fui ao teu quarto,
mas como estavas tão concentrada, não falei nada e fui embora.
– Ou seja, encarnaste a pele de
um Ninja?
– Nem tanto. Como tu és muito lerda
é mais fácil.
– Hoje, quando tivermos a nossa
luta de almofadas, vais ver como elas doem.
– Uh! Até tive medo. – Madison pegou na sua mochila. – Adeus, maninha, e muita merda!
– Espera, eu vou contigo. – Demetria pegou na sua mochila
também, saiu do seu carro e entrou na escola juntamente com Madison.
– Olá, para ti também, Demetria
Perdedora. O que vais trazer para perder no trabalho da escola? – Demetria tinha se esbarrado em
Camilla.
– Nada que te interesse, Camilla Batoteira.
– Camilla, para de arranjar
encrencas. Já não estás demasiado grandinha para isso? – Joseph apareceu do nada para defender Demetria sem motivo.
– Eu vou andando, não quero
segurar velinha. Ah! Se eu fosse tu,
Camille. Também faria o mesmo. – Madison saiu sem dar grandes hipóteses
para ser respondida.
– É Camilla, sua fedelha. – Camilla gritou para que Madison
ouvisse bem.
− Olha a língua, sua vaca. – Demetria interrompeu a lista já preparada e conhecida de
Camilla. Camilla queria muito começar uma discussão com Demetria, porém Joseph puxou-a
dali.
– Cuidado Demi, estás muito
estressada. – Selena tinha
trombado em Demetria.
– Isto não é nada. Sel, fazes-me
um favor?
– Que raios de pergunta é essa?
Claro, Demi. Mas o que queres que faça?
– Me abraça? – Demetria sorriu e esticou os braços
com a melhor cara de bebé prestes a chorar.
– Anda cá, Demizinha. Sabes que estarei
sempre aqui para os maus e bons momentos. – Selena reconfortou-a sempre que
estava bem ou mal, apesar de um pouco louca, ela era a sua “irmã”. Ela não tinha mudado nada em dois
anos, os seus abraços eram os seus calmantes.
“Ela tinha a certeza absoluta de
que era fraca, e que isso se refletia no que fazia. Tinha feito novamente e a
única pessoa que a podia reconfortar nesse momento, enquanto o seu pai trabalhava,
era Selena.
– Sel? És tu? – Demetria estava
chorosa, desamparada.
– Claro, Demi. Mas o que se passou?
– Eu fi-lo de novo. Eu sou fraca!
Eu sou inútil! Podes-me abraçar?
– Não saia daí. Eu vou já para tua
casa.
Demetria deitou-se no chão frio da sua
casa de banho, suja pelo sangue, que lhe trouxera alívio e culpa. Lágrimas caíam
pela sua face magra e pálida. Escutou um barulho de porta a abrir, era ela, a sua
“irmã”.
– Demi! − Selena abraçou-a e
começou a cantar no seu ouvido.
Who says
Who says you're not perfect
Who says you're not worth it
Who says you're the only one that's
hurting
Trust me
That's the price of beauty
Who says you're not pretty
Who says you're not beautiful
Who says”
– Eu quero que saibas que és
muito importante para mim. Liga-me sempre que precisares, sim? – Selena conhecia de cor e salteado o
velho truque do sorriso. Demetria apenas assentiu e abraçou-a uma vez mais,
sentindo o cheiro do perfume que lhe dera no seu aniversário de treze anos.
Continue…
Meninas, como já tinha
dito eu criei um canal no YouTube, mas não sei o que gravar, vocês tem alguma
ideia?
Bem-vinda Melzinhaaaf,
espero que goste do blog e fique à vontade.
Bjs.
Muito obrigada amei o capítulo e por favor me chame de Mel quando sai o próximo ??
ResponderExcluirTem nada que agradecer
ExcluirIrei chamar sim MEL
Talvez amanha, mas domingo sempre sai