24 fevereiro 2017

Vou Excluir o Blog?




            Depois de 02 anos e 02 dias sem qualquer tipo de postagem ou comunicado, decidi explicar algumas coisas que ficaram sem explicação ou confusas. Já não tenho a ilusão que alguém (dos poucos que liam) ainda leiam esta joça ou que tenham pena de mim.

  • Sobre Mim
            Não sei se provavelmente têm uma ideia sobre sim. Mas desde o início desde blog que lido com alguns problemas. Quando se deu a criação do SS, tinha apenas 11 anos faltando 10 dias para o meu aniversário de 12 anos, eu seu muito imatura para escrever algo decente.
            Pensava que a minha vida era releszinha, porque ai e isto e aquilo e mimimimi... DRAMA! D-R-A-M-A barato e sem qualidade. Até o verdadeiro pesadelo começar no meu 7º ano com uma turma beeeem diferente, cheia de gente nova. Problema? Não me enquadrei, não me enquadro até hoje. Tenho problemas de autoestima, piores do que antes, problemas para dormir, problemas com comida e peso, automutilação e complexos com o meu cabelo e dúvidas frequentes sobre a minha heterossexualidade ou bissexualidade. 

  • As Fanfics

            Não, eu não desisti de escrever fanfics, one-shots ou de escrever em geral. Eu já tinha o Just Cissi e o Apenas Uma Garota Estranha na altura em que criei o Stay Strong, um projeto antigo pa'caralho. Como se já não fosse suficiente 02 blogs, foi criado o Queen Demi Lovato, #Lesbian4Demi, explicitando FANFICS LÉSBICAS, quem for homofóbico é a favor fechar a aba do blog e ir, melhor que comentar merda, e comecei por imaginar outro tipo de histórias sem um casal famoso no Apenas Uma Garota Estranha. Só quero que entendam que estas fanfics foram um tipo de escape na altura e hoje é difícil olhar para eles como casal.


  • Um Resuminho Do Que Se Irá Passar

            Este blogue não será apagado, irá ser ajustado, a 1ª fanfic vai ser "limpa", reescrita de uma forma que se note que foi escrita por uma pessoa e não por um ET que aprendeu a escrever. Queria agradecer aos que foram ficando e pela paciência. Jenny <3 

Obrigada a todas(os)!!!!



            


17 fevereiro 2015

Quarto Capítulo − Isto é Shakespeare. ✓




Seems like it was yesterday when I saw your face
You told me how proud you were
But I walked away
If only I knew What I know today
I would hold you in my arms
I would take the pain away
Thank you for all you've done
Forgive all your mistakes
There's nothing I wouldn't do to hear your voice again
Sometimes I wanna call you
But I know you won't be there − Hurt by Christina Aguilera

Os seus pensamentos estavam desorganizados como papéis que voam de uma secretária. O certo ou errado pareciam iguais e inexistentes. Era agora ou nada. A sua mente pedia por apenas um corte para poder aliviar tudo.
Os seus olhos fecharam-se e o lábio inferior foi mordiscado. Uma leve força aplicada sobre a lâmina. A lâmina fez uma “dança”, a dança do alívio da forma mais cruel.
Os olhos foram lentamente abertos para se habituarem àquela dor fina e prazerosa a curto prazo, porém aquilo não tinha aliviado o suficiente…
Pouco a pouco não era possível contar os cortes, era demasiado sangue a escorrer. A agonia misturou-se com o desespero. Mais uma vez, o caminho escolhido era o errado, uma vez mais.
O corpo deu um impulso, quase com vida própria. Demetria escondeu a lâmina na gaveta e caminhou para o seu duche. Ligou a torneira, esperou a água ficar morna. Entrou vestida, era tão estúpido entrar vestida, mas isso era insignificante comparado a todos os seus outros problemas.
As lágrimas eram misturadas com a água. As suas mãos batiam com força na parede pelo desespero, medo, insegurança e por se manter calada. A sua raiva era maior que ela. Só que não havia nada a fazer.

Thursday, 08:25 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
Demetria decidiu deixar de lado toda a sua raiva e orgulho, a sua mãe precisava de si, tal como ela precisava da sua mãe.
Tudo estava silencioso, outra vez. A sua mãe devia estar na cozinha, como de costume.
− Mãe? – Demetria chamou-a com receio atrás da porta. Dianna virou o papel que escrevera, pareceu-lhe que tinha sido surpreendida.
− Demi? – Dianna limpou as lágrimas e levantou-se. – Por favor, vem cá. – Pediu-lhe.
Demetria fechou a porta e avançou para os braços da mãe. As duas desfizeram-se em lágrimas salgadas de dor. As duas foram escorregando até os seus joelhos baterem no chão gelado.
− Tive tantas saudades suas, mamã! – Demetria confessou.
Dianna confessou as saudades que tinha do toque da filha, também. Ficaram naquela cena de se acarinharem por uma bela de uma meia hora.

Friday, 10:56 a.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
Demetria despertou pelos finos raios que transpassavam as pequenas fissuras entre as cortinas. Estava calor pela manhã, pela primeira vez naquela primavera. Demetria caminhou silenciosamente para não acordar Dianna.


Depois de se ter vestido foi comprar alguma coisa para o almoço e passou depois no bar para deixar as encomendas que D.ª Ricci encomendou à sua mãe.

Friday, 11:19 a.m. Bar, Santa Barbara CA
− Ecco i vostri ordini, Ricci signora. − Demetria falou fluentemente as palavras num italiano natural. Demetria aprendera algumas coisas com a senhora de idade que era italiana. Demetria e Dianna, inclusive, passaram as suas férias de verão em Itália com Dª Ricci há uns anos.
− Demi! Que bom ver-te! – A senhora virou costas ao balcão e abriu os braços pequenos em direção a Demetria. – Como vais?
− Vou andando. Por aqui parece ir tudo de vento em popa. – Demetria olhou para a quantidade de clientes e notou alguns que chamaram a sua atenção, ficou incrédula.
− Claro! Eu e o meu marido estamos a planear ir a Itália neste mesmo ano visitar a nossa família. – O seu sotaque era evidente, sobretudo na palavra “Itália”.
− Fantástico! Espero que tudo corra bem, Dª Ricci! Agora, se me dá licença, tenho de regressar a casa para ajudar a minha mãe. – Abraçaram-se pela última vez.
Demetria atravessou o salão e sentou-se na cadeira vaga da mesa do seu grupo de amigos.
− Vocês fazem uma reunião e nem me convidam? Esta doeu. – Demetria fingiu uma cara de ofendida.
− Eu tentei ligar-te, mas dizia que não estavas disponível. – Jonas batia de leve no telemóvel. Ashley parecia uma cola, houvesse paciência.
− Ah… Houve uns problemas… − Tentou disfarçar. Selena olhou-a com preocupação. – E para quê uma “reunião”?
− A minha mãe organizou um jantar para a família e amigos próximos. – Disse. – E é hoje, às oito e um quarto.
− A tua mãe tem sorte em eu gostar muito dela, porque a minha vontade de sair e ver pessoas é nula. – Selena e Demetria disseram.

Friday, 11:33 a.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
− Mãe! Cheguei! – Demetria gritou.
− Para de gritar, menina! Estou aqui! – Dianna riu. Já estava a preparar a comida. O seu sorriso estava de volta, embora lhe parecesse um pouco magoado.
− Desculpe, pensava que estava na sala a escrever ou algo do género. – Demetria desculpou-se lançando-lhe uma indireta ainda sobre o acontecimento do dia anterior.
− Sim, eu já terminei de escrever o que eu queria.
Demetria lançou-lhe um sorriso.

Friday, 01:24 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
− E o jantar? É às oito e quarto? – Dianna perguntou a Demetria sobre o jantar.
− Sim. Não me diga! A mãe e a Danielle passaram novamente duas horas ao telefone? – Demetria riu.
− Sim! Há muito tempo que não ponhamos o assunto em dia. − Dianna riu acompanhando Demetria. – E quando é que se vão assumir?
− Assumir? Quem? O quê? – Demetria “cuspiu” toda a água, na verdade sabia do que se tratava.
− Demi, achas mesmo que eu não sei? Não te podes enganar a ti mesma. – Dianna olhou-a profundamente como se lhe lesse alma.
− Mãe… – Demetria suspirou e encolheu-se na cadeira.
− Oh meu amor… Vai tudo dar certo. “ As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”. Isto é Shakespeare. – Dianna sorriu-lhe e abraçou-a. – Agora vai-te divertir. Aposto que a Danielle já expulsou toda a gente de casa. – Demetria cumpriu a “ordem” da sua mãe.
Demetria sabia muito bem onde os encontrar, afinal Danielle expulsou-os ao final do almoço. O único lugar bom para se conviver era o bar.

Friday, 02:18 p.m. Bar, Santa Barbara CA
O barulho das batidas nas mesas, das pessoas a conversarem, as apostas amigáveis… Tudo isto era bom.
− Olá, de novo! Novidades? – Sentou-se na cadeira que continuava vaga. Sentiu os olhares sobre si.
− Olá, Demi! Bom, estes são os nossos “amigos”. Eles vão animar a festa de aniversário do Wiliam. – Selena esclareceu-lhe.
− Ah claro! O Wiliam.
Wiliam era um primo bem distante da família Jonas. Nunca estava presente nas festas da família, nunca ninguém se entendia muito bem com ele, afinal, era machista e outras coisas terríveis que não lembram a ninguém.
– Ele convidou a família para a festa?
− Todos os adolescentes da cidade. – Ashley fez-se notar.
− Ele é doido? Não vai às festas da família e depois dá uma festa de aniversário e convida até desconhecidos? – Selena protestou.

Friday, 06:20 p.m. Gomez’s House, Santa Barbara CA
− Achas mesmo que este jantar vai correr bem? – Demetria atirava a roupa para um canto do quarto de Selena que a obrigou a preparar-se na sua casa.
− Que raio de pergunta é esta? – Selena saía do duche com uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo.
− Só um pressentimento… − A sua voz parou e o seu corpo girou para olhar para trás. Selena tinha um olhar assustado.
− Demi, tu andas muito estranha. Passa-se alguma coisa contigo? Fala, menina! – Selena estava mais apavorada que a própria Demetria.
− Nada. Só senti um cheiro a rosas diferente do meu, mais adocicado. – Selena cheirou e negou.
− Okay, vamos arranjar-nos e ficar lindas de morrer? – Selena abanou a cabeça e puxou-a.
Pegaram em vestidos pouco elaborados, afinal era um jantar e não uma gala. Tinha de ser formal, mas não muito. Tal como a maquilhagem que tinha ficado leve.
− Ainda vou passar pela casa da minha mãe, sim? – Demetria passava perfume no pescoço e atrás das orelhas enquanto Selena delineava os seus lábios com lápis vermelho.
− Claro! Vou apenas colocar o perfume e vou já para casa dos Jonas. – Demetria fechou a porta. Andar alguns minutos em saltos não seria fácil, a única vantagem seria que o caminho dava bem para caminhar.
− Mãe! – A voz ecoou o suficiente para ser ouvida em boa parte da casa. Caminhou e viu uma espécie de carta em cima da mesa onde as chaves eram pousadas.

Eu sei. Eu sei que quando estiveres a ler esta carta, já não estarei mais aí perto de ti. Não queria que nada disto fosse assim, desta maneira. Mas se foi desta maneira, foi porque teve de ser.
Enquanto oiço o som do coração ansioso e nervoso sem saber o porquê destes sentimentos banais. Este pode ser o melhor momento para alguns, mas para outros será o desespero agonizante, isto refere-se a ti, minha Demetria.
Fui apenas eu, nós e outras pessoas importantes, que fizeram parte do elenco principal da tua vida. Só que está na hora de enfrentar os teus demónios interiores. Sabes muito bem a quem me quero referir. Enfrenta-os, nem que seja para dizer “Eu não te aceito e nunca mais me incomodes!” Afinal, não precisamos matá-los para os enfrentar.
Algo que te queria dizer sobre as pessoas importantes é que não estás a enxergar o especial, ou não estás a fazer-te sobressair de modo a seres avistada. Acho que vocês dariam netos lindos. Talvez esteja a ir longe demais, este é apenas o fim de um ciclo. Não te desesperes, minha querida. Quando uma porta se fecha outras são abertas.
Tenta, pelo menos, amar por dois segundos quem tu pensas que é o teu inimigo. Na verdade, nem teu inimigo é. Dá uma oportunidade a quem é apenas o bobo da corte da história mais incrível imaginada.
Já deves estar a chorar horrores, agora. Sempre foste uma menina forte e durona, mas todas as noites choravas, pedindo um pouco de consolo a quem nem conheces. Sim, eu ouvi sempre…
Sabes na última noite, quando pediste para nos entendermos e parar de idiotices? Nós sentimos os nossos corações cheios de amargura e pensamentos escuros, só que naquela escuridão existia um bom princípio. Mais uma coisa, eu quis fazer uma reconciliação, porque não queria que dissesses “A última vez, nós discutimos…”, seria um grande egoísmo da minha parte, acredita.
Aonde quer que eu esteja, eu estarei lá para te ajudar. Olharei por todos vocês, até pela Ashley. Não te massacres porque se alguma coisa deu mal, se deu mal foi porque precisou dar mal. Não funcionaria se tivesse dado bem. Eu sei que tu és uma menina frágil e forte, com um coração de ouro, tu és o anjo que todos precisam.
Vive a Vida tal como ela é, não tentes modificar as tuas escolhas…
Com Carinho,
                Da tua mamã.”

Demetria não sabia ao certo o que aquilo queria dizer, as suas mãos tremiam e os seus olhos enchiam-se de água. O partir de um copo.
− Mãe! – Ela gritou o quanto pôde. Entrou no quarto de Dianna e viu a sua mãe deitada inconsciente e um copo a rolar rodeado de comprimidos. O seu desespero era maior que o medo, as suas reações congelaram, literalmente.
Pegou no telemóvel e marcou o número de Selena.

−Estou sim? – Uma voz masculina soou.
− A… A minha mãe, ela está inconsciente! – Gaguejava, tudo parecia ter sido obra de um pesadelo.
− Demetria? Eu vou já para aí. Tem calma! – Ele falou e o seu telemóvel caiu ao chão enquanto ela tinha sido, uma vez mais, destroçada

31 janeiro 2015

Terceiro Capítulo − Sabes o que eu ia adorar? Uma discussão! ✓



Mistreated

Misplaced, misunderstood
Miss know it, it's all good
It didn't slow me down
− P!nk in Fucking Perfect

− Se inteligência pagasse imposto, estarias endividado. – Selena bateu com a mão na testa. Jonas aguardava os seus cinquenta dólares. Selena colocou os seus queridos e frescos cinquenta dólares, certamente pagariam uma entrada na discoteca.
− Muito chateada? – Selena sentou-se num banco próximo de Lovato.
Demetria mordia o lábio inferior e segurava a cabeça com a mão esquerda.
− Se queres saber, chateada é pouco. Eu adoraria socar a cara daqueles dois idiotas.
− Sabes o que eu ia adorar? Uma discussão! Já está na hora de socar aquela vaca.
Demetria olhou-a incrédula. Selena parou de falar naquele assunto.
– Vem para perto de nós, faz de conta que ela não existe.
− Missão quase impossível.


O encontro foi um desastre total, o clima ficou tenso e pesado.
− O que vão fazer logo à noite? – Ashley fez-se notar mais uma vez.
− Dar um tiro na cabeça para… − Selena deu-lhe um pontapé na canela da perna. – Dormir, só isso. – Demetria levantou-se na direção da porta de saída, não conseguiria ficar sem mandar uma boca ou indireta. – Adeus!

Thursday, 05:21 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
− Mãe? Mãe?! – Demetria chamou inúmeras vezes e pousou as chaves na mesa de centro. O cheiro no ar de rosas, novamente, trazia-lhe recordações e memórias automáticas. Isso assustava-a, talvez porque não queria saber o que era e muito menos falar sobre isso.
Ela tremia cada vez que se despertava das memórias, era assustadora aquela imagem. Levou-a a deitar-se no sofá e a encolher-se no mesmo.

Thursday, 08:00 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
− Demetria? – Uma voz chamou. Os olhos abriram lentamente, a luz da lâmpada da sala tornou-se forte aos olhos recém-acordados de Demetria. – Estás bem?
Demetria queria responder “não” e “porquê”, mas as suas preocupações seriam ignoradas, por isso…
− Sim, por que não estaria? – Sentou-se no sofá e segurou a cabeça com as suas mãos, agora, frágeis.
− Tu agarraste-te à almofada e disseste coisas sem sentido. Por que não falas?
Podia imaginar as várias coisas sem sentido que foram ditas, o melhor era não perguntar.
− Eu não vou falar, porque não há a ser dito. Não adianta implorar. – A cada palavra dita o seu corpo recuava.
− Estás a mentir. – Dianna olhou-a no fundo dos seus olhos.
− Provas?
− De cada vez que mentes, tu piscas os olhos. É como se o teu corpo recusasse a mentira. Mentir só te fará pior.
− Que ódio, isso é mentira! Não dá mais para conversar consigo. Tudo vai dar a uma discussão. Começo a odiar-me, por tudo estar a dar mal e as pessoas se afastarem como se fosse uma maldição. – Levantou-se do sofá e foi para o seu quarto.
Ultimamente, o seu quarto era o único lugar que não parecia um campo de batalha. Um lugar onde o silêncio reinava, nada mais interferia que o barulho baixo do choro que pertencia ao seu coração.


Meia hora tinha-se passado desde que o tornado passou. O seu corpo parecia que era empurrado por alguma coisa, era mais forte que ela.
O seu telemóvel/ tocava freneticamente em cima da cama, talvez alguém que quisesse dizer alguma coisa que ela não queria ouvir.
O silêncio tinha sido quebrado pelos barulhos terríveis que eram ouvidos no andar de baixo. A raiva de Dianna tinha sido despertada subitamente. Dianna e Demetria eram parecidas nisso, permaneciam caladas até se sufocarem e depois destruíam-se.
A cada passo dado, as suas pernas ficavam cada vez mais pesadas e lentas, aquilo estava errado e não levaria a lado nenhum.
      A água estava gelada, cada gota escorria até ao seu pescoço nu. As suas olheiras estavam maiores que da última vez, o seu hábito de chorar todas as noites começava a trazer consequências pesadas. Os seus lábios, que eram mordidos levemente pelo nervosismo, estavam agora doloridos e vermelhos. Ela mudou imenso desde há dois anos. Era notável.
Depois de ter o seu rosto enxaguado pela toalha azul-marinho, abriu a gaveta e notou que a sua lâmina estava no lugar de sempre.

Depois de a tirar, a fazer rodar nos seus dedos, pensar se aquilo a aliviaria as suas dores e os seus desaforos, sentou-se na tampa da sanita.

Hey, Guys! Tudo bem?
Estes dias têm sido bastante corridos, na quarta da semana passada fiquei doente, na sexta dessa mesma semana faltei e para finalizar, os testes e trabalhos escolares...
Acho que não estava bem para postar, nem sei se cumprirei à risca o plano de postagem.
Desculpem.

21 janeiro 2015

Segundo Capítulo − Ele virou as costas... ✓



Because of you
I find it hard to trust

Not only me, but everyone around me
Because of you
I am afraid
− Kelly Clarkson in Because Of You

− É um álbum antigo, talvez do tempo em que ainda estávamos casados e felizes. – Justificou-se.
− Felizes? Vocês foram felizes, quando?
− Demetria, tu não conheceste bem o teu pai. Não fales assim dele! – Depois de tantos anos, Dianna ainda acreditava em coisas que foram impossíveis.
− Não conheci? Eu vi a mãe todas as noites repleta de hematomas, feridas, nódoas negras na cara. Mais tarde, o meu pesadelo começou, ouvir que tudo o que fazia era errado ou inútil. Lembro-me de cada palavra como se fosse uma corte profundo, de cada briga e sobretudo de cada hematoma que ele me fez. Ele nunca foi e nunca será o meu pai.

A porta foi batida com força, a besta chegara. O choro completaria, em breve, o silêncio calmo e receoso que havia por toda a casa.
− És uma inútil! – Um som de estalo ecoou. Aquilo doía-lhe tanto como se fosse nela. – E onde está aquela vergonha, de que és mãe? – A raiva era notória na sua voz.
Demetria dava pequenos passos, enquanto prendia o choro.
– Sabes uma coisa, peste? – As suas roupas tresandavam a álcool e havia a presença de batom vermelho na sua gola e pescoço, com certeza de alguma vadia que tinha fodido na esquina mais próxima. – Tu és uma vergonha para mim!
As lágrimas rolavam, o seu rosto sentiu algo ferver, era o começo de mais um inferno, que envolvia palavras violentas, cinturadas e estalos.
Se iriam ficar marcadas as cinturadas? Claro! Ela já tinha várias espalhadas pelo corpo.
− Vocês são uma vergonha para mim! Eu vou vos abandonar, para poder ir viver com a minha amada, a única pessoa que eu amo e que me ama. – Patrick traía Dianna, esse era o porquê de ele passar semanas fora e depois tudo virava uma tempestade escura. – Ela é melhor que vocês as duas juntas. Demetria fica a saber, a minha filha não é uma baleia como tu. – As palavras eram mais dolorosas do que todos os estalos. Ele virou as costas e subiu as escadas e carregou duas malas com ele. Dianna viu a pessoa que lhe prometeu um amor “até que a Vida vos separe” ir embora.
Demetria viu o seu pai, aquele que seria o seu herói quando caísse ao tentar equilibrar-se da bicicleta, o que contaria uma história nos dias de chuva, como naquele dia... Mas o seu coração singelo foi consumido pelo prazer do egoísmo.
Ele virou as costas...

As cicatrizes no corpo e no psicológico permaneciam nela, intactas e incuráveis.
Apenas os mais próximos sabiam que a mãe tinha um cancro e o pai tinha ido embora por puro egoísmo. Todos os outros pensavam que o seu pai tinha morrido antes de ter nascido, a mãe usava perucas para disfarçar a ausência de cabelo e as cicatrizes. Bom, ela mentia sobre as suas fístulas e disse que tinha sido “Um acidente na infância”.
− Demi, espera! – Demetria levantou-se do sofá e correu para o seu quarto e trancou-o. As lágrimas caíam descontroladas, o seu corpo amoleceu e foi deslizando lentamente pela porta branca. O seu desejo era poder trancar aquele pensamento numa caixa.
O seu telemóvel vibrou dentro do bolso, uma mensagem de Selena. Amanhã às quinze e dez no bar da rua.”, Demetria não tinha nem uma pontada de entusiasmo, mas era melhor ir que ficar em casa a pensar no que não devia.

Thursday, 09:15 a.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
Os raios de sol iluminaram o quarto, com toda aquela agitação tinha-se esquecido completamente de baixar as persianas.
As suas pernas pesavam imenso e o caminho até à casa de banho parecia longínquo. Algo obrigava-a a não se levantar ou andar, talvez um pressentimento.
Depois de tempos infinitos na casa de banho, desceu e procurou distrair-se com algum programa que passasse na TV. Não que algum prestasse.

Thursday, 02:47 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
Demetria tinha adormecido completamente, com certeza a sua mãe já teria almoçado e não a chamou. Correu para a cozinha e viu um bilhete preso por um íman na porta do frigorífico.

“Demi, não te preocupes comigo. Voltarei em breve.
Beijos, Mamã.”

Aquilo soava estranho demais. Respostas curtas vindas dela, não eram coisa boa.

Thursday, 03:15 p.m. Bar, Santa Barbara CA
O bar estava meio cheio por ser sábado à tarde. Demetria avistou uma pequena mesa no canto com alguns dos seus amigos.
− Olá, pessoas! – Sentou-se e reparar em alguém a mais. – O que é que ela está aqui a fazer?
− Olá, Demi. Bom, pergunta ao Jonas. – Selena olhava-o torto, poderia espancá-lo com o olhar se pudesse. – Não é, Sr. Inteligência?
− Bom, Demetria. – Tremeu. – Nós voltamos.
O sangue de Demetria ferveu por ser chamada de “Demetria” e ouvir “Nós voltamos.” tudo numa assentada. Ela virou a cara como uma manifestação de raiva e sorriu.
− Parabéns, pombinhos. – Sorriu ironicamente e levantou-se para pedir alguma coisa. O seu subconsciente pedia para que batesse com a cabeça na parede, para ter a certeza que era um pesadelo, só que seria burrice bater com a cabeça nas paredes. A burrice mais perigosa e estúpida era a dele. Depois de todo o choro e tudo mais, não era o suficiente para ser um “abre olhos"?
− Viste, Selena? Ela aprovou. Dá-me os meus cinquenta dólares.

− Se inteligência pagasse imposto, estarias endividado. – Selena bateu com a mão na testa. Jonas aguardava os seus cinquenta dólares.

Olá, meninas! Tudo bem? Desculpem, se ficou dramático demais, porque esse dia tinha sido uma bosta...
A partir de hoje os horários serão quarta, sexta e sábado, sim? Pelo menos, tentar cumprir.

Beijos.

11 janeiro 2015

Primeiro Capítulo − Ainda guarda fotos dele? ✓



And we can’t stop
And we won’t stop
Can’t you see it’s we who own the night?
Can’t you see it we who bout’ that life?
− Miley Cyrus in We Can't Stop

Demetria avistou o seu grupo de amigos, mas não acelerou os passos como tinha feito quando procurava pelos seus rostos
Ia contra tudo e todos e trazia uns RayBan ClubMaster pretos, os seus prediletos. Chegou à mesa onde os seus amigos estavam, arrastou a cadeira plástica verde e sentou-se brutamente pousando a cabeça na mesa.
‒ Então, não nos vais cumprimentar? Onde está o sorriso? – Selena perguntou na tentativa falhada de chatear Demetria, a solteirona do grupo.
‒ A festa! – Gritou num sussurro quase inaudível.
– O que tem a festa? – Selena não perdia uma festa e muito menos reclamava de alguma. Seria um pecado mortal, segundo ela.
– Ele induziu-me a beber para eu me descomprimir, isso foi tão desesperante! – A garota de cabelos pretos disse enquanto colocava os braços à volta da cabeça abafando ainda mais a sua voz.
– Pois foi! – Selena disse lembrando-se de toda a cena. − Dançavas lindamente com o guitarrista, agarraste-te ao barman, ótima escolha a prepósito, e ainda foste abraçar a menina que nos ajudou na biblioteca! –Selena riu da desgraça da melhor amiga.
– Muito obrigadinha, Sel! Vai levar no…! – Demetria não se permitiu continuar a frase, ficava rabugenta de ressaca. – Ele podia ter feito a festa hoje, porque é o último dia de aulas.
‒ Então, meninas? – Joseph colocou a mão no ombro de Demetria, provoca-a.
− Nem tentes falar comigo, fica longe! – Demetria “defendeu-se”.
− Disseste alguma coisa, baixinha?
Demetria deu um último suspiro em sinal de impaciência.
− Sabes o que podes fazer? Vai ao refeitório, aquece uma panela de óleo e despeja em ti.
− Se eu não soubesse que me veneras, sentir-me-ia ameaçado. – Joseph riu-se.
Tocou a campainha que anunciava a entrada para a primeira aula. A sua cabeça parecia querer rebentar com o som, Selena segurou-a de modo a garantir que em caso de queda, não fosse o assunto mais comentado de toda a escola.

Thursday, 08:14 a.m. Santa Barbara High School, Santa Barbara CA
Uma mais-valia para Demetria que se sentava no fundo da sala ao lado de Jonas. Podia simplesmente colocar os livros à sua frente e fingir que estava concentrada. Os professores daquela escola “cagavam” para o que os alunos faziam, todo o seu trabalho seria avaliado no final do período letivo. Cada um deitava-se na cama que fazia.
Na aula de História, Joseph passou um bilhetinho por baixo do seu caderno. Demetria respondia com respostas curtas, devido a não conseguir ler corretamente. Por mais que se esforçasse para responder, era terrível conseguir ler o que ela escrevia, sem concordância gramatical.
Naquele mesmo dia, os professores quiseram alertar sobre o fim do ano letivo e que muitos iriam repetir o ano. Toda a gente sabia a quem era destinada a mensagem… Mas que raio se tinha passado, num dia os professores ignoram os bons dias dados pelos alunos nos corredores e noutro alertam sobre aquilo que poderia vir a acontecer?
O tédio predominou as aulas todas que foram preenchidas com um sumário comum “Diálogo com os alunos sobre o fim do ano letivo.” Depois do fim do inferno, muitos tinham alinhado em fazer algumas brincadeiras como despedida, guerra de balões de água, partidas com água, com tinta…

Thursday, 04:12 p.m. Santa Barbara High School, Santa Barbara CA
− Demetria, espera aí! − Alguém berrou perto de si, não era necessário aquele berreiro.
− Ah, não! Diz lá o que queres, Sel. – Demetria massajava a cabeça.
− Queres que te acompanhe até casa? Sei lá, aproveito e vejo a tua mãe, que saudades da dona Dianna.
− Se quiseres vir, podes vir. – Ela retribuiu o sorriso. − Vais à festa do Wilmer? Sábado à noite?
Não seria nenhuma novidade, nem surpresa se ela confirmasse.
− Que crueldade não comparecer, menina! Por que não?
− Selena, eu sei que sou tua amiga e te devia apoiar. Só que os amigos também alertam, o que te quero dizer é que, não achas que um dia isto vai dar para o torto? Sabes quem vai a estas festas, tu conheces estas pessoas? Há tanta gente perversa.
− Para de dizer isso!
Demetria fechou os olhos por segundos e teve um arrepio, um pressentimento negativo. Olhou para Selena com uma cara nada satisfeita. Seria algum tipo de pressentimento?
– Sentes-te bem? – Selena parou de caminhar.
− Claro, deve ser só cansaço e ressaca. – Demetria preferiu afastar o seu pensamento. Obviamente que deveria seguir o seu instinto, só que… nada.
Gomez perguntou alguma coisa aleatório. Afinal, ela e o silêncio eram inimigos mortais, quase.

Thursday, 04:16 P.M. E Anapamu Street, Santa Barbara CA
A brisa suave era sempre bem-vinda numa bela tarde de primavera. Ultimamente tinha ficado fresco e ameaçava começar a chover sem motivo lógico.
− Até amanhã? Certo? Adeus, Demi! – Selena morava na rua em frente à da melhor amiga.
Corrigindo: boa parte dos seus amigos e colegas moravam nas ruas perto da sua, era comum encontrar algum amigo ou colega. Selena afastou-se até Demetria não a conseguir ver no horizonte. Retomou o seu caminho e perdeu-se nos seus pensamentos ao lembrar-se da ressaca com que acordou e acabou com um pressentimento sobre Selena que era pior que horrível.

Thursday, 04:17 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
− Parecia que não querias entrar em casa. – Dianna bufou assim que Demetria entrou a pingar em casa. – Vai-te secar, menina!
− Bem, a boa disposição foi para o Dubai?
− Não, Demetria. Mas tu sabes o que quero dizer!
Demetria bufou e trocou de roupa. Ela tinha a certeza que a sua mãe tinha acabado de vir de uma sessão de quimioterapia. Obviamente, Dianna não confirmaria se lhe perguntasse tal coisa. Porquê? Apesar de Demetria já ter dezasseis anos, Dianna achava melhor se ela não soubesse muito sobre a sua doença.
O cancro entrara nas suas vidas há quase dois anos. Dois anos em que Demetria chorava todas as noites pedindo a Deus que não levasse a sua mãe, no dia seguinte sorria para que a sua mãe não desconfiasse.
Demetria acabou por se trocar, com muito esforço. Passou pelo corredor e notou um vulto a passar à sua frente. A garota de cabelos negros deu um grito baixo, voltou a olhar e não viu nada, apenas sentiu um cheiro agradável de perfume de violetas, lembrando que Dianna detestava usar perfume e que Demetria usava de essência de rosas, como podia ser? Demetria correu sem nunca olhar para trás, parecia um filme de terror, fechou os olhos e desejou que fosse tudo apenas fruto do seu cansaço habitual.
− Álbum de fotos novo? – Demetria sentou-se no sofá que ficava à frente de Dianna.
− Não, eu encontrei este álbum no armário do quarto de hóspedes. Não sei o porquê de ele lá estar. – Esfolheava com pressa o álbum. Havia fotos sobre tudo e todos, infelizmente.
− Ainda guarda fotos dele? – Uma das fotos caiu no chão de madeira. A foto que Demetria menos desejava ver, por que tudo nela era falsidade, tristeza e obscuridade. Foram anos deprimentes que trouxeram consequências desastrosas.


Hi, Guys! Tudo bem? Comigo vai andando, mal umas vezes e outras bem. Não vou maçar-vos com a minha vida pessoal chata.
O que acharam do primeiro capítulo? Eu fiquei dias a acrescentar, retirar, recrescentar....  Espero que gostem.
Beijos.